sexta-feira, 6 de junho de 2008

Espaço Invisível


Por que os imensos aviões
não passeiam com seus filhos?

Se já estou morto e não sei,
a quem devo perguntar as horas?

Se acabar o amarelo,
com que vamos fazer o pão?

Me diga, a rosa está nua
ou tem apenas esse vestido?

Há alguma coisa mais triste no mundo
que um trem imóvel na chuva?

Por que se suicidam as folhas
quando se sentem amarelas?

Por que choram tanto as nuvens
e cada vez são mais alegres?

Quantas abelhas tem o dia?

Que acontece às andorinhas
que chegam tarde ao colégio?

Quantos anos tem novembro?

Mas por que a quinta feira
não aceita vir depois da sexta?

É verdade que nos formigueiros
os sonhos são obrigatórios?

Como se chama a flor
que voa de pássaro em pássaro?

Amor, amor, aquele e aquela,
se já não são, para onde se foram?

Ontem, ontem, disse a meus olhos,
quando voltaremos a ver-nos?

De que cor é o perfume
do pranto das violetas?

Onde deixa o punhal a águia
quando se deita numa nuvem?

Que distância em metros redondos
há entre o sol e as laranjas?

Por que vou sem rodas rodando,
sem penas nem asas voando?

Há coisa mais boba na vida
que chamar-se Pablo Neruda?




Perguntas transcritas do "LIVRO DAS PERGUNTAS" Poesia de Pablo Neruda



texto e imagem copiados do site Espaço Invisível ( http://pabloromart.multiply.com/ ), que eu adorei e recomendo....

2 comentários:

L.S. Alves disse...

Pode até ser bobo chamar-se Neruda, porém o que ele escreveu é ótimo.
Um abraço moça.

rosachiclt disse...

sou limitada em poesias e vc como amiga q e sabe, mas...rsrsrsr tenho e li um livro inteirinho de pablo neruda rsrsr coincidencia?